Anna Nicole Smith foi uma das modelos mais famosas da década de 1990, sendo uma das playmates mais vendidas da história da revista Playboy. Também atriz, ela era mais reconhecida, no entanto, mais por enfeitar as páginas dos tabloides de fofocas do que por suas obras de arte. Vickie Lynn Hogan nasceu em Houston em 28 de novembro de 1967.
O Netflix estreia no dia 16 de maio o documentário“Anna Nicole Smith: You Don’t Know Me”.
Um pouco mais sobre Anna Nicole Smith
Aos 18 anos, ela largou a escola e fugiu de casa para se casar com o primeiro namorado, com quem teve um filho, Daniel, nascido em 1986. Mas o casamento durou pouco, e terminou em 1991, depois que ela sofreu anos de humilhação e agressão física.
Sem emprego, dinheiro e proibida de voltar para a casa dos pais, Anna acabou trabalhando em um clube de strip-tease no Texas, onde também trabalha como prostituta. Incapaz de criar o filho, ela deu a custódia do menino aos seis pais.
E enquanto trabalhava na boate, ela conheceu o bilionário J. Howard Marshal II, que tinha 89 anos na época (e ela tinha 26). Ele a tirou do clube, comprou um apartamento para ela em Sacramento e a pediu em casamento um mês depois de conhecê-la.
O início da careira de Anna Nicole Smith
Com o apoio financeiro de Marshall, ela começou a se candidatar a agências de publicidade e conseguiu empregos de modelo, fazendo pequenos desfiles e fotos sensuais. Foi nessa época que ela adotou o nome artístico de Anna Nicole Smith.
Como modelo, sua carreira explodiu quando foi capa da revista Playboy em 1992, alcançando um número estrondoso de vendas. Anna tornou-se uma modelo comercial muito procurada e voltou a ser capa da revista em 1993, desta vez imitando Marilyn Monroe, de quem era uma grande fã.
Ela estaria na capa da revista em outras publicações ao longo dos anos.
Em 27 de junho de 1994, ela se casou com seu noivo e foi morar com ele em uma mansão em San Francisco. J. Howard Marshal II tinha 92 anos, 63 anos a mais que a modelo e usava uma cadeira de rodas na cerimônia.
A família de seu marido começou a ameaçar Anna Nicole Smith, que ficou publicamente ofendida, chamada de garimpeira. Logo o assunto virou prato cheio para a imprensa sensacionalista.
Toda a repercussão negativa fez com que a modelo desenvolvesse uma forte depressão, agravada ainda mais pela saudade do filho, que ela só via uma vez por ano, conforme apurado pelos avós do menino.
Mas a exposição pública, no entanto, foi boa para a carreira da modelo. Anna Nicole Smith foi um furacão de mídia, e logo começou a receber melhores convites no mundo da moda. Ela até substituiu Claudia Schiffer como garota-propaganda da marca Guess.
Ela também recebeu convites para entrar no cinema, estreando como atriz na comédia The Hudsucker Proxy, de 1994, dirigida pelos irmãos Coen.
No mesmo ano, estrelou a comédia de sucesso Corra que a Polícia Vem Aí! 33 1/3, onde ela interpretou uma sexy femme fatale. Este é talvez seu papel mais famoso no cinema, mas lhe rendeu uma indicação ao Framboesa de Ouro de Pior Atriz.
Em 1995, Anna Nicole Smith estrelou o filme Time to Kill (To the Limit, 1995), um filme de ação de baixo orçamento, onde contracenou com Joey Travolta, o irmão menos famoso de John Travolta.
Mas os convites para o cinema logo diminuíram e ela usou seu próprio dinheiro para produzir Skyscraper (1996), outro filme de ação em que ela era a estrela. Também de baixo orçamento, e com pouca repercussão, o filme foi lançado diretamente em vídeo.
Problemas em sua carreira
Anna Nicole Smith gastou todo o dinheiro que ganhou como modelo para produzir o filme, e não teve retorno financeiro. Para piorar as coisas para ela, seu marido morreu em 1996 e seus filhos contestaram o testamento.
O caso se arrastou pelos tribunais até chegar à Suprema Corte dos Estados Unidos e, com os melhores advogados que o dinheiro podia comprar, os herdeiros de Howard conseguiram que a atriz ficasse sem nenhum centavo da herança. Ela ficou apenas com o apartamento em Sacramento, registrado em seu nome.
Sem dinheiro e com dívidas processuais, ela teve que vender o apartamento para se sustentar. Anna tornou-se viciada em antidepressivos e tranquilizantes e teve que voltar a trabalhar como modelo, mas os honorários agora eram muito mais baixos do que quando ela era o centro das atenções na mídia.
Ela só conseguiu um emprego como garota-propaganda de uma marca de produtos para emagrecer, mas o contrato exigia que ela mantivesse o peso e sempre tivesse uma boa aparência. Anna Nicole Smith passou então a tomar pílulas para emagrecer, e passou a se submeter a várias cirurgias plásticas para manter sua eterna juventude.
O vício em anti-depressivos
A mistura de antidepressivos, ansiolíticos e remédios para emagrecer, misturados ao uso abusivo de álcool, deixavam a atriz constantemente dopada ou eufórica. Isso acabou arruinando sua saúde.
Eventualmente, ela recebeu convites para aparecer, como atriz convidada, em séries como Ally McBeal e Veronica’s Closet. E em 2003 conseguiu voltar ao cinema na comédia independente Wasabi Tuna (2003), filme quase sem repercussão.
Na obra, Anna Nicole Smith apareceu com uns quilinhos a mais, o que gerou comentários maliciosos sobre seu corpo, deixando-a ainda mais viciada em procedimentos para emagrecer, alguns deles bastante perigosos para sua saúde.
Anna conseguiu voltar à mídia ao estrelar o reality show The Anna Nicole Show, produzido pelo Canal E!. O programa mostrava os bastidores de sua vida conturbada. O show durou duas temporadas.
Anna Nicole Smith ainda faria outros papéis no cinema, e apareceu em Be Cool: The Other Name of the Game (Be Cool, 2005) e A Millionaire Christmas (Christmas in Wonderland, 2006). Em ambos, ela fez apenas uma participação especial, interpretando a si mesma.
As coisas pareciam estar melhorando para a atriz, que assinou um contrato milionário com uma marca de cosméticos das Bahamas, o que a fez se mudar para Nassau em 2006. E em 07 de setembro de 2006 ela deu à luz sua filha Dannielynn. Anna Nicole Smith insistiu que seu filho viesse conhecer sua irmã. Daniel morava com os avós maternos em Huston, e tinha pavor de voar, mas acabou aceitando o convite.
Na mesma noite em que chegou, sofreu um infarto enquanto dormia, na cama ao lado da mãe. Daniel havia tomado muitos remédios para ansiedade durante o voo e também havia tomado heroína antes de embarcar. O menino tinha apenas 20 anos.
Anna Nicole Smith ficou arrasada com a morte de seu filho, que morreu apenas quatro dias após o nascimento de sua filha. Seu leite secou e ela afundou em um sentimento de culpa avassalador.
Ao mesmo tempo, a tragédia levou o nome de Anna Nicole Smith de volta à mídia, ainda mais quando quatro homens começaram a disputar a paternidade da menina recém-nascida. O advogado Howard K. Stern (com quem Anna morava junto), o guarda-costas de Anna, Alexander Denk, e o príncipe Frederic von Anhalt (que era casado com Zsa Zsa Gabor) afirmaram ser o pai da criança.
A atriz declarou que a menina era filha de J. Howard Marshal II, e que era fruto de inseminação artificial, feita com o esperma congelado de seu falecido marido. Os supostos pais da criança não tinham intenções reais como pais, mas estavam apenas interessados na herança de Howard, cuja disputa ainda estava pendente no tribunal. A família do bilionário voltou a processar Anna Nicole após a declaração.
Ao final, exames de DNA comprovaram que o pai da menina era o fotógrafo Larry Birkhead, que acabou ficando com a guarda da criança após decisão judicial.
Anna Nicole Smith começou a beber e usar drogas o tempo todo para tentar superar a perda de seus dois filhos. Ela escreveu um “diário de dor”, onde relatou seu sofrimento e a vontade de morrer de overdose para reencontrar o filho, cujo nome ela chamava enquanto caminhava pelas ruas desnorteada.
Isso fez com que ela perdesse todos os seus contratos de trabalho, e ela voltou a fazer strip-tease em boates baratas, e também voltou à prostituição.
Finalmente, em 7 de fevereiro de 2007, seis meses após a morte de seu filho, a atriz foi encontrada morta em um quarto de hotel. Anna Nicole Smith teve uma overdose de antidepressivos, e a autópsia revelou que ela havia tomado cerca de 16 medicamentos diferentes para depressão, em grandes quantidades. Nenhuma droga ilícita foi encontrada em seu corpo, apenas medicamentos prescritos para a atriz.
Ela tinha apenas 39 anos.
Meses depois, em 1º de maio de 2007, foi lançado o filme Illegal Aliens (2007), seu último trabalho no cinema, Anna foi a produtora da obra, cujas filmagens haviam sido finalizadas pouco antes de ela dar à luz.
Alguns filmes de televisão foram feitos sobre a trágica vida da atriz, e um documentário sobre ela, produzido pela Netflix, está em produção.
Sua filha, Dannielynn Birkhead, atualmente trabalha como modelo.